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domingo, 8 de julho de 2012

Um pouco mais sobre Eduardo e Mônica




Então voltei, agora com essa postagem que tem outra curiosidade, mas do meio musical. Quem aqui não lembra de Eduardo e Mônica? Seja pelo auge nas rádios ou na propaganda da Vivo, então, de novo então, enfim, agora sim, ontem meio que sem querer eu descobri quem são os verdadeiros personagens dessa história musical de amor.
Descubra comigo, ou melhor, descubra agora um pouco mais sobre essa história.
Link original aqui.


Eduardo e Mônica
















Eduardo e Mônica se encontraram por acaso, não eram nada parecidos, mas se completavam como feijão e arroz. É assim o enredo da música “Eduardo e Mônica”, um dos maiores sucessos da banda de rock brasileira Legião Urbana. A canção, com 73 versos distribuídos em quase 5 minutos, foi composta em 1978 por Renato Russo e lançada em 1986, no disco Dois, o segundo álbum da banda. Junto à músicas como “Índios” e “Tempo Perdido”, “Eduardo e Mônica” fez com que a banda alcançasse uma rápida popularidade nacional e uma “Legião” de fãs.



Eduardo e Mônica tem uma letra simples e cotidiana, com frases bem-humoradas, que ganhou rapidamente a empatia dos jovens, relatando as características bastante distintas de cada um dos personagens enquanto mostra o progresso da relação amorosa do casal. A mídia sempre indagou Renato Russo a respeito da verdadeira identidade de Eduardo e Mônica. Ao que se sabe, Mônica era inspirada em Leonice de Araújo Coimbra, artista plástica, com quem ele namorou no final da década de 70. Em uma entrevista concedida em 1995, Renato Russo disse: “Eu morava sozinho e namorava uma menina com filhos, a Lea [Coimbra]. Isso era 77,78. É ela a Mônica da música, e eu sou o Eduardo, só que menos bobo. É, eu lia, não era aquela coisa clube-e televisão da letra.”
Ao longo da letra podem ser encontradas várias referências trazidas do acervo literário de Renato. A música se inicia com versos do filósofo Blaise Pascal: “Quem um dia irá dizer/ Que existe razão/ Nas coisas feitas pelo coração?/ E quem irá dizer/ Que não existe razão?” Na letra, Renato Russo também faz referências ao cineasta Jean-Luc Godard, aos poetas Manuel Bandeira e Jean-Arthur Rimbaud, ao horóscopo, ao roqueiro-gótico Bauhaus, aos Mutantes (banda brasileira de rock surgida na década de 70), ao Caetano Veloso e a Vincent van Gogh.
Diversas músicas compostas por Renato Russo se destacam pela sua atemporalidade, marcadas pela sua destreza em descrever sentimentos e analisar criticamente as problemáticas sociais. Assim como “Eduardo e Mônica”, muitas canções são muito escutadas até hoje, por jovens e adultos, como as famosas “Será”, “Que país é este”, “Pais e Filhos”, “Vento no litoral” e “Giz”. Uma das particularidades da banda foram algumas letras bastante extensas. Um exemplo é “Faroeste Caboclo”, com 159 versos que narram a história de João de Santo Cristo, que “deixou para trás todo o marasmo da fazenda só para sentir no seu sangue o ódio que Jesus lhe deu.”


Biografia

Renato Manfredini Júnior, filho de Carmem e Renato Manfredini, nasceu em Humaitá, Rio de Janeiro, em 27 de março de 1960. Aos 7 anos se mudou para Nova Iorque, quando seu pai, funcionário do Banco do Brasil, foi transferido para os Estados Unidos. Em 1969 a família Manfredini retorna ao Rio de Janeiro e vai morar na Ilha do Governador. Em 1973, a família vai morar em Brasília, já que o pai de Renato é novamente transferido.
Quando completa 15 anos, Júnior, como era carinhosamente chamado, descobre que tem Epifiólise, doença que o deixa sem o movimento das pernas por dois anos, um período em que Renato leu e estudou sobre os mais diversos assuntos, e passou a despertar os primeiros desejos pela música. Quando se recupera da doença, Renato, que ainda não era Russo, se envolve num movimento punk e passa a fazer parte da banda “Aborto Elétrico”. Aos 20 anos ele deixa a banda e começa a cantar sozinho, dando início a uma fase conhecida como “O Trovador Solitário”.
Depois disso, Renato Russo convida o baterista Marcelo Bonfá para formar uma banda. Ele aceita e os dois chamaram dois guitarristas, um após o outro, mas ambos deixaram a banda pouco tempo depois. Em março de 1983, Dado Villa-Lobos abandona a Diplomacia para assumir definitivamente a guitarra na mais nova banda de Brasília. Assim, eles formam a Legião Urbana, que, ainda na década de 80, conquistou milhares de fãs em todo o Brasil.
Ao longo de sua trajetória, Renato Russo e a Legião Urbana fizeram parte da vida de muitos jovens, levando na música uma forma de expressão que era fortemente reprimida na época. Lançaram vários discos, participaram de diversos programas e deixaram sua marca por onde passaram. Renato também lançou alguns discos solo, em que, inclusive, interpretava músicas em italiano. Quando subia aos palcos, Renato cantava numa voz serena e, ao mesmo tempo, marcante, as decepções, os amores e a vida complexa de milhares de jovens brasileiros.
Em 11 de outubro de 1996, Renato Russo morre por complicações da AIDS, pesando pouco mais de 40 kg. Ele supostamente teria contraído o vírus num relacionamento homossexual com um homem soropositivo no final da década de 80. Renato Russo deixou um filho de 7 anos e uma legião de fãs, representando uma irreparável perda para o rock nacional.

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